Ora, ora, quem diria. Silvinei Vasques foi capturado no Paraguai no meio de uma tentativa de fuga tão engenhosa quanto patética, rumo a El Salvador. Uma operação que começou mal e terminou exatamente onde deveria: no ridículo.
Para a ocasião, encenou uma ópera bufa: vestiu-se de doente terminal, simulou um câncer no cérebro e colou esparadrapos pelo corpo como se isso lhe conferisse verossimilhança. Alegou, por escrito, vejam a ironia, que não podia falar nem entender nada por causa da doença. O câncer, ao que parece, poupou a coordenação motora, a caligrafia, o planejamento da fuga internacional e até o cuidado de levar o cachorro junto.
A estupidez sempre foi sua marca registrada, mesmo quando se fantasiava de autoridade no uniforme preto apertado, inflado de pose e vazio de dignidade. No aeroporto paraguaio, reduto clássico de fugitivos de quinta categoria, o golpista revelou sua essência: um malandro sem talento, desses que confundem esperteza com burrice autoconfiante.
Tentou dar um golpe e caiu no próprio roteiro ridículo. Não fugiu, não enganou, não virou mártir. Apenas despencou, de cabeça, no poço da humilhação pública, onde os patetas ambiciosos costumam terminar quando acreditam demais na própria mediocridade.

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