Antes, a figura central era o pastor, e ao seu redor, um rebanho de fiéis, todos vigilantes e submissos à obediência divina. A vida era pautada por um código rigoroso: morria-se ou matava-se, comia-se ou jejuava-se, tudo em estrita conformidade com as regras pregadas, em nome da moral inquestionável e dos ensinamentos celestiais. O temor a Deus ditava cada passo, cada pensamento, e a salvação era a recompensa por uma vida de conformidade e sacrifício. A individualidade era suprimida em prol da coletividade, da identidade do rebanho, e qualquer desvio era prontamente condenado como heresia, uma ameaça à ordem estabelecida. Hoje, a paisagem ideológica mudou, mas a dinâmica fundamental persistiu, apenas com novas roupagens. A fé religiosa, outrora a força motriz, cedeu seu lugar a um patriotismo aleijado, doentio, que se manifesta em patriotas fervorosos, mas tristemente incapazes de gerir a informação de forma coerente e crítica. A capacidade de discernimento foi atrofiada, substituída p...
Ligações nada apropriadas para um juiz Em 10 de junho de 2019, o ex-juiz Sérgio Moro teve seu castelo de mentiras e injustiças finalmente desmascarado. Há tempos, denúncias sobre sua conduta antiética na Operação Lava-Jato vinham à tona. Moro, conhecido por flexibilizar leis para beneficiar o Ministério Público e dificultar a defesa, foi exposto, juntamente com seu aliado Deltan Dallagnol, pelo site de notícias Intercept. Textos anônimos de aplicativos de celular, divulgados pelo Intercept, revelaram a articulação sórdida de Moro e Dallagnol para condenar o ex-presidente Lula. Entre o vasto material, um diálogo mostra Dallagnol admitindo a fragilidade das acusações contra Lula e a insuficiência das "provas" indiretas. Isso confirmou as suspeitas de que Moro atuava como auxiliar da acusação e de que a condenação de Lula visava impedir sua participação nas eleições presidenciais, nas quais ele era favorito. Moro, antes um juiz obscuro, assumiu a missão de concretizar o des...