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| Rui Costa Pimenta |
Há quem sirva à extrema-direita sem jamais sair da esquerda. Rui Costa Pimenta é hoje um caso exemplar. Líder de um partido irrelevante, mas barulhento — o Partido da Causa Operária — Rui produz, com disciplina quase militante, argumentos que a direita golpista agradece de pé.
Ao atacar as urnas eletrônicas, relativizar o discurso de ódio e demonizar qualquer defesa institucional da democracia, Rui não radicaliza o debate: ele o empobrece. Sua obsessão em tratar Alexandre de Moraes como inimigo central da esquerda ignora o óbvio ululante: em tempos de ameaça real ao Estado de Direito, defender as instituições não é virtude liberal, é condição de sobrevivência.
O mais curioso é o espaço generoso que recebe no Brasil 247. Não por censura, ideias ruins devem circular, mas pela insistência. Em um campo progressista cheio de vozes lúcidas e estrategicamente relevantes, optar por Rui é escolher o ruído, o dogma e a caricatura.
No fim, Rui Costa Pimenta não desafia o sistema. Ele ajuda a extrema-direita a parecer racional enquanto oferece à esquerda o papel de seita anacrônica. É o radicalismo que não constrói nada, apenas confirma o pior estereótipo que o inimigo deseja.

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